O monitoramento da qualidade das águas superficiais e subterrâneas na região do estudo do aquífero Carste conta atualmente com mais de 20 pontos de análises físico-químicas e bacteriológicas mensais, possibilitando o conhecimento da área e a exposição da realidade dos corpos hídricos locais. Logo nos primeiros meses de monitoramento da água, a partir de técnicas laboratoriais padronizadas, Standard Methods (APHA, AWWA e WPCF, 2000) e preceitos das normas técnicas NBR 9897 e NBR 9898, foi constatado pontos de contaminação destas águas por diversos fatores. Aonde se destaca o crescimento populacional que levou ao aumento do número de casas e ao aumento da demanda para a captação da água, a exposição das nascentes (retirada da cobertura vegetal e alteração do solo), e outros.
Um dos pontos que chamou a atenção foi a “Mina D’Água”, a qual é uma nascente que abastece diversos proprietários de terra residentes no Marmeleiro em Almirante Tamandaré. A exposição da nascente devido aos acontecimentos citados acima deixou a área mais vulnerável aos fatores externos permitindo a queda de folhas, galhos e também a aproximação de animais de sangue quente como cavalos, cachorros e até mesmo o homem, aumentando a chance de haver contaminação nos seus mais variados tipos.
Nascente – Ponto de análise do monitoramento da qualidade da água
Fonte: Projeto Carste
Através dos resultados das análises bacteriológicas realizadas neste ponto verificou-se a contaminação devido à presença de Coliformes Totais, o que indica presença de matéria orgânica, mas apenas este indicador não confirma a fonte geradora da poluição (fauna ou flora), por isso é realizada a análise bacteriológica do Eschirichia Coli (E. Coli).
Os resultados do indicador E. Coli comprovaram a contaminação por animais de sangue quente (Cavalos, cachorros, homem, etc), portanto a presença deste indicador na água especifica a fonte geradora (fauna). A este fato a água torna-se veículo responsável pela potencialização das mais variadas doenças ao homem, comprometendo a saúde da população consumidora desta água.
Após este diagnóstico foi marcada e realizada a primeira reunião com proprietários envolvidos no projeto para apresentação dos resultados do monitoramento das águas superficiais e subterrâneas, permitindo a estes proprietários e demais cidadãos conhecerem a qualidade das águas que usam direta e indiretamente e se posicionarem perante este problema sanitário e propor possíveis soluções.
Próximas etapas
As próximas etapas estão em andamento. Os membros do PROJETO CARSTE juntamente com proprietários da região, irão realizar visitas técnicas, avaliando os possíveis pontos de contaminação, através de avaliação de indicadores perceptivos e fotos do local.
Áreas em análise - Possíveis pontos de contaminação
Fonte: Projeto Carste
Dependendo da ocorrência da contaminação, poderão ser elaboradas diferentes soluções; como exemplo, a elaboração de um sistema de zona de raízes, definido como um pós-tratamento do esgoto, utilizando um sistema de macrófitas ou hidrófitas que irão realizar a remoção da matéria orgânica proveniente da fossa, encontrada no solo. Outra solução seria a troca das fossas sépticas atuais por fossas impermeáveis ou priorizar em casos específicos a elaboração de sistemas de destinação do esgoto ambientalmente correto. Caso a contaminação não esteja sendo feita pelo homem, a mesma pode estar sendo gerada por outros animais; a solução para evitar esta aproximação é principalmente cercar a as nascentes e demais áreas necessárias.
Autor: Bruno Cavichiolo Andreoli
Aluno do curso de Engenharia Ambiental – PUCPR
Bolsista ITI do Projeto CARSTE
